por Nilton Ramos*
Quem tenta suicídio, pede ajuda.
Inúmeras entidades de todo o país reservam o mês de setembro para o combate ao suicídio.
Instituições públicas e privadas são convidadas a cerrarem fileiras e engajarem nesta campanha, assim como nas campanhas ‘Outubro Rosa’, na prevenção do câncer de mama e o ‘Novembro Azul’, na prevenção das doenças masculinas; o ‘Setembro Amarelo’ tem por finalidade discutir e prevenir na redução do autoextermínio.
Além das entidades organizadas, das comunidades civis organizadas, as igrejas, todas as instituições religiosas tem o dever legal e moral da somatória de esforços nesse momento.
O índice de suicídio mundial é alarmante, principalmente nos países asiáticos, mas no Brasil, o aumento que o indivíduo, em um ato extremo decide dar cabo à própria existência, tem crescido a passos largos.
As autoridades públicas, principalmente as polícias sempre sugerem que os órgãos de imprensa não publiquem casos de suicídios, pois, estariam ‘encorajando’ que outros também o façam.
Respeitamos opiniões diferentes, entretanto, nos posicionamos contrários a essa orientação que tem ganhado força nas redações de complexos de jornalismo no Brasil.
Através dos debates, da descoberta dos motivos que levam o indivíduo a tirar a própria vida é que poderemos informar com qualidade e formar opiniões, que ao final possam poupar vidas.

Não é positivo esconder índices do número de mortes por suicídio com argumento de estar colaborando para que eventos outros se repitam, se alastrem.
Fortes, da Associação Brasileira de Psiquiatria, ensina que ‘ao contrário do que se pensa, as pessoas não vão se matar se a mídia falar mais sobre o suicido. O importante é a orientação sobre isso. Deve-se falar disso para prevenir.’
Pelo contrário, quanto mais informação [de qualidade] melhor poderemos entender os motivos que levam à atitude extrema, e profissionais ou não, ajudar de alguma forma para que escárnio não se concretize.
Desnecessário elencar os motivos hodiernos causadores da própria morte. São centenas, talvez milhares, e não percebemos. Não sabemos o que passa na cabeça do ser humano. Que por algum motivo tem dores ou cicatrizes psicológicas.
A depressão é sem sombra de dúvidas o maior responsável pelo auto número de pessoas que se matam diariamente no Brasil.
Os profissionais de áreas, com destaque para a psiquiatria, recebem diariamente em seus consultórios dezenas de doentes, e cuja patologia pode se manifestar de formas diferentes.
A necessidade de acompanhamento profissional especializado é ponto pacífico nesta questão. Contudo, a pior ação que uma pessoa leiga pode cometer diante de um amigo acometido por problema desta natureza, é sugerir atitudes como deixe o seu emprego; pare de fazer isso, ou aquilo; não saia às ruas; se feche; não fale com ninguém. Bebe que passa…
Pelo contrário. A essas pessoas nosso papel como cristãos, é tentar mostrar que o depressivo, primeiro, admita que precisa de procurar um médico, admitir que está psicologicamente vulnerável.
Essa vulnerabilidade, na maioria das vezes, gera como consequências, outros e graves problemas de saúde, atingindo nossa pressão arterial, fazendo surgir o diabetes, entre outros.

FORMAS DE SUICÍDIO – As causas que acometem uma pessoa a adquirir a depressão são várias, como já dissemos. A doença tem acometido número significante até de crianças e adolescentes.
Mas adultos, e principalmente mulheres tem engrossado os índices científicos do setor.
Sobretudo aquelas pessoas quando passam a barreira dos 40, 50 anos. Os aposentados, que por décadas, dedicaram sua vida a construir o crescimento de uma empresa, com hora e dia para sair e voltar para casa. Uma rotina que quando se assusta, não é mais realidade. Pronto ! E agora, fazer o que da vida? Jogar dama no banco da pracinha?
O mais aconselhável é no decorrer de nossa vida, sempre buscar atividades que nos satisfaçam. E na melhor idade, não com o mesmo vigor de antes, mas buscar opções que nos tirem do sedentarismo físico e moral.
Nosso corpo precisa de estar constantemente em movimento. Quando falo em corpo, isso inclui nossa saúde psicológica. Cada um precisa conhecer o seu limite.
Se enganam aqueles que pensam que só há uma forma de suicídio. Definitivamente não ! Há várias classificações do autoextermínio. Os menos conhecidos, mas por incrível que pareça, mais populares que uma enorme parcela da população se mata diariamente, é o suicídio direto inconsciente.
Esse é causado pelo vício de alucinógenos, bebidas alcoólicas, tabaco. Vejam que aquele que dirige um veículo, acima da velocidade e não usa o cinto de segurança também comete suicídio. Esse é conceituado suicídio direito inconsciente.
Busquemos da melhor maneira possível ajudar quem está do nosso lado em momentos como estes. Que seja uma pessoa do nosso convívio ou não. Mas nosso papel é orientá-lo a procurar um profissional da área. A se cuidar. Tudo Passa ! Isso também passará !
A medicina psiquiátrica tem evoluído muito nesse sentido, recuperando pessoas para o mundo. Que voltam a se amar, e até mais do que antes. Passam a se conhecer melhor com o tratamento.
Tratamento medicamentoso é o mais comum. E não é vergonha alguma admitir para um amigo, vizinho, que faz uso do famigerado tarja preta pelo tempo necessário. E daí?
Os psicológos, que não prescrevem medicamentos, ao contrário dos psiquiatras, tem a seu favor, a psicoterapia. Um importante instrumento, que aliado ao tratamento medicamentoso tem sido fundamental no combate à doença do século.
E o suicídio tem sido comparado aos índices alarmantes de casos de violência urbana em todo o mundo.
A cada 45 minutos um brasileiro morre vítima de suicídio. E no mundo, uma pessoa morre a cada 40 segundos.