by Nilton Ramos
A vida dos jornalistas e articulistas, em especial brasileiros, não tem sido fácil. Pior para os leitores, que ao abrirem os jornais do dia tem a triste sensação de já ter lido aquela notícia.
Não, não é sensação. É a mais pura verdade. O que afinal teria mudado em relação a 2015? Absolutamente nada.
No campo político, que é o motor propulsor das nossas vidas o recesso parlamentar terminou, e logo nova parada com o Carnaval.
Não há previsão legal de feriado durante a festa de momo no Brasil. Por outro lado, é facultativo aos Municípios, mas a tradição (a prática) nos desmente. Tudo para quando as escolas e os trios invadem as ruas.
Para quem gosta, que tire o melhor proveito deste momento, se for possível.
Para quem se mantém afastado dos festejos carnavalescos, a criatividade sobressai, com os retiros, quando as famílias aproveitam para conversar, se reunir mais. Colocar as coisas em dia. Esse o lado bom que fica.
O lado negativo, as doenças sexualmente contraídas em uma relação irresponsável. O filho concebido sem consciência, e ‘sem pai.’ Os gastos que os sinistros provocados com o deslocamento no trânsito imporão ao poder público no tratamento de acidentados, dos sequelados, famílias separadas com a perda de ente querido.
Perde-se mais do que se ganha com a enorme quantidade de feriados brasileiros. Perdemos todos.
Saúde – Enquanto milhares de foliões se divertem, sobretudo no Rio de Janeiro, Nordeste, nas cidades litorâneas, sempre haverá um cidadão a carecer de atendimento médico.
E o problema consiste principalmente no serviço público de saúde, e lamentavelmente as mazelas provocadas por má gestão se tornam mais contundentes quando direitos humanos são violados por agentes de saúde, ao negar ao paciente o direito ao atendimento médico necessário. Literalmente para essas pessoas tudo para. Mas a vida não. As pessoas continuam a precisar de consultas médicas dante de um quadro de urgência e emergência.
E quando elas batem à porta das UPAS (Unidades e Pronto Atendimento) são tratadas com descaso, desrespeito e violência e omissão.
A questão saúde não é um problema exclusivo deste município ou daquela cidade. É caso de vergonha nacional, em que assistimos um governo irresponsável, corrupto, negligente, que não faz outra coisa a não ser enganar os cidadãos, com promessas que não cumprirão, e pior, conduzir uma nação inteira para o abismo.
Ninguém se entende. ‘Parece’ não se importar com o que milhões de brasileiros enfrentam diariamente mesmo cumprindo com seus deveres, como o pagamento de impostos, entre outros.
Nos últimos anos tem sido assim. Fala-se muito. Faz-se menos. A dívida pública só aumenta. O desemprego alcança números assustadores. A educação só piora. As cadeias superlotadas. O índice de violência subindo. O país liderando rankings internacionais como a terra da corrupção. E não se consegue mudar absolutamente nada.
Ipatinga – Flagrante recente em Ipatinga, a maior cidade da Região Metropolitana do Vale do Aço, e mais uma vez em um violento atentado aos direitos humanos e do paciente.
Ao procurar a UPA do bairro Canaã, não havia médicos. Nem um profissional ético e comprometido com seu juramento e o mínimo de preocupação com a condição de um semelhante, que sem forças, esperava pelo atendimento deitado no chão contaminado, exposto ainda mais às condições de risco à integridade física.
Mas este mesmo articulista já enfrentou e experimentou situação idêntica nesta mesma unidade de saúde em Ipatinga, mesmo com o médico ou não e greve, como é o caso registrado no vídeo publicado, em fato ocorrido em janeiro.
Não é novidade o descaso com a saúde pública. Enquanto rios de dinheiro público são gastos para a autopromoção de grupos políticos na imprensa, que se acovarda ou se vende para nada publicar, em detrimento do povo.
Boa parte desta mesma imprensa é mantida com verba pública. E até mesmo tem ligações diretas com políticos que mamaram na teta do estado a vida toda, e que querem perpetuar no poder, pois, depois do esposo, agora é a vez da esposa, a deputada Cecília Ferramenta (PT) estar prefeita de Ipatinga.
E essa deve tentar a reeleição no pleito de outubro de 2016. Ficar mais quatro anos à frente do Executivo. Não nos esqueçamos que quando ela não mais puder tentar a prefeitura, será a vez do filho, Fred Ferramenta, que já segue ‘as pegadas’ dos pais, mesmo sem tino para o trato com a coisa pública. Porque brocardo nos ensina que ‘filho de peixe, peixinho é.’
Chico Ferramenta enfrenta processos judiciais. Condenado em algum por improbidade administrativa está afastado da vida pública, mas não se enganem, ele continua a dar as cartas, e tem cada vez mais ampliado seu poder político e econômico em Ipatinga.

Poderíamos dizer ou comparar o atual governo de Cecília com o de Dilma Rousseff. Ela ocupa a cadeira, mas quem governo é o Lula. Cecília é a prefeita. Mas Chico é quem governa.
A prefeita Cecília Ferramenta recuperou o poder político municipal prometendo que depois do desastrado governo de Robson Gomes, “consertaria Ipatinga.”
Falácia em tempos de campanhas. Um jogo pelo poder onda não há regras. Ah, se as paredes falacem…
Quadro caótico e de dúvidas – Nas eleições passadas, que devolveram o governo ipatinguense ao Partido dos Trabalhadores, uma série de situações foram criadas para beneficiar o grupo vitorioso. Vale lembrar o imbróglio na formação da chapa Rosângela Reis/Nardiello Rocha.
O ex-prefeito, o empreendedor Sebastião Quintão mostrou que entrou na disputa apenas para prejudicar o PMDB. E no final, conseguiu ser desmoralizado politicamente pelo jovem candidato Daniel Cristiano, que teve mais votos que ele nas urnas, ficando em terceiro lugar; e que surge não mais como uma promessa para a região, mas uma realidade.

A presença de Quintão naquelas eleições conseguiu prejudicar interesses maiores, além do próprio partido que representava. Sua campanha foi pífia. Entrou pra ‘avacalhar.’
Usiminas – Ipatinga e entorno dependem, como Cubatão, dos postos de serviços gerados pela Usiminas. Mas atual conjuntura político e econômica também afeta a cidade, que tem perdido pontos como uma cidade limpa, organizada, bem administrada, segura.
A grande parte da receita do Município é gerada pela siderúrgica, mas muitos já perdem seu emprego e outros o perderão no decorrer desse e do próximo anos, salvo uma reviravolta nacional e a competitividade do nosso aço no mercado internacional, o que já não é como antes.