Profetas e políticos corrompidos: o que fazer?

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 O assunto que nos propusemos a ser apresentado no transcorrer deste artigo, não é o tipo do tema ou da informação, de que sentimos prazer em fazê-lo e, até mesmo, de um motivo para nos alegrarmos quando conseguimos fazer a sua conclusão. Trata-se de comportamentos e condutas humanas, que foram apresentadas por civilizações do passado, mas que continuam sendo reproduzidas por boa parte da população atual de alguns Países. Principalmente, por se tratar de pessoas que ocupam cargos e posições sociais, que são de destaques no cenário nacional (e/ou internacional).

Como o próprio tema sugere, iremos apresentar de forma paralela, como ocorreu no transcorrer da história da humanidade, em que pessoas da sociedade local, que foram escolhidas ou levantadas para exercerem o título ou o encargo de profetas, para falarem em nome de Deus. Ou, em outras palavras, pessoas que deveriam anunciar ou predizer os propósitos divinos. E, ao mesmo tempo, falaremos também, acerca de pessoas que ocupam cargos políticos (e públicos), tendo em vista que foram eleitas democraticamente por seu próprio povo, para os representarem. Quer seja na Presidência do País, no Senado ou na Câmara Federal, no Governo ou na Assembleia Legislativa Estadual ou na Administração de seu Município.

Vale ressaltar, que não será inserida nenhuma palavra ou opinião do autor, pois tudo que for apresentado, poderá ser consultado no endereço eletrônico que seguirá descrito no rodapé das páginas. Nosso objetivo e propósito, prende-se ao fato de se confirmar o que está escrito nas Escrituras Sagradas, que diz assim: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem. O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um” (conferir Salmo 14:1-3; 51:1-3).

 

  1. Os Profetas de Baal e de Aserá:

Quem reinava em Israel nesta época era o rei Acabe que, estando na posição de monarca, havia ao seu redor ou atuando como seus conselheiros, 450 profetas de Baal. Palavra que em hebraico significa “senhor ou dono”. Era uma das divindades cultuadas pelos povos cananeus. E as voltas de sua esposa, de nome Jezabel, outros 400 conselheiros ou profetas de Aserá, cujo nome significa “deusa dos tiros”. Na mitologia semita[1], ela é uma divindade relacionada a fertilidade que, no Antigo Testamento (AT), é citada como sendo Astarote. Nesta ocasião, havia um profeta que foi ungido por Jeová, ou seja, que foi escolhido e chamado por Deus, para poder falar em seu Nome ao povo. Dito de outra forma, um homem escolhido para representa-Lo diante do povo. O seu nome era Elias. Ele, juntamente com Deus, desafiou e enfrentou todos os 950 “pseudoprofetas”, homens comuns do povo, que foram levantados para este cargo ou função, pelo rei, mas sem a unção de Javé.

 

1 Reis 18:17-24. E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu o perturbador de Israel? Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim[2]. Agora, pois, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinqüenta (450) profetas de Baal, e os quatrocentos (400) profetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel. Então Acabe convocou todos os filhos de Israel; e reuniu os profetas no monte Carmelo. Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu. (…). Dê-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe coloquem fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe colocarei fogo. Então invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por meio de fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu, dizendo: É boa esta palavra.

 

O profeta do Altíssimo zombou de todos estes 950 pseudoprofetas, falando para que gritassem para que seus deuses pudessem ouvir. Então, eles começaram a retalhar os seus corpos (autoflagelo) e bradavam bem alto, mas nada acontecia. E este comportamento ocorreu desde o clarear do dia até o iniciar da tarde: “E tomaram o bezerro que lhes dera, e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que tinham feito” (cf. 1 Reis 18:26-28).

Como nada aconteceu, foi a vez do profeta Elias, que fez uma oração ao Senhor, a Javé. Assim que terminou, desceu fogo do céu e queimou todo o sacrifício, lambendo as valetas d’água que foram feitas ao redor do local do holocausto. Depois, ele conclamou ao povo que matassem todos os falsos profetas de Baal e de Aserá. O que foi feito na mesma hora (versos 37-40). Vimos nesta narrativa, de que entre quase mil homens daquela população, apenas um deles, Elias, verdadeiramente era o profeta consagrado por Deus, para que pudesse exercer legalmente aquele ofício.

 

  1. Os Falsos Profetas do rei de Israel:

 

Durante três anos de seu governo, Jeosafá reinava em paz e tranquilamente sobre a cidade de Judá (Reino do Sul). Num belo dia, ele resolveu fazer uma visita ao rei Acabe, que estava no comando de Israel (Reino do Norte). Em lá chegando, o rei de Israel o persuadiu a se unir a ele para lutar contra a cidade de Ramote de Gileade. E ele diz que irá com ele, mas antes, pede para que possam consultar ao Senhor (cf. 1 Reis 22:4-5). No mesmo instante, o rei Acabe manda reunir 400 homens que havia escolhido para atuarem como seus profetas. Estes pseudoprofetas, sempre que eram chamados pelo rei, só diziam as palavras que sabiam que ele gostava de ouvir, ou seja, jamais falavam aquilo que o contrariava.

Eles disseram para Acabe, que poderia ir para a batalha, pois Deus daria os seus inimigos em suas mãos. O rei Jeosafá indagou: “(…): Não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?”. Dito de outra forma, não existe aqui em Israel, um profeta que tenha sido “ungido e consagrado” pelo Senhor Jeová? O rei respondeu que existia sim, mas que ele só falava aquilo que o desagradava ou, sempre algo contrário daquilo que gostava de ouvir. Em outras palavras, o profeta do Altíssimo só falava aquilo que o Senhor o havia revelado: – a verdade.

 

1 Reis 22:8-9. Então disse o rei de Israel a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas só o mal; este é Micaías, filho de Inlá. E disse Jeosafá: Não fale o rei assim. Então o rei de Israel chamou um oficial, e disse: Traze-me depressa a Micaías, filho de Inlá.

 

O interessante desta passagem bíblica, era que mais de 400 homens foram levantados como profetas pelo rei Acabe, mas que, novamente, apenas um deles, que residia numa cidade um pouco distante, era quem realmente exercia a função com fidelidade, o seu nome era Micaías. Outro fato interessante, pauta-se acerca dos “pseudoprofetas” que foram busca-lo para o apresentar ao rei. Eles o ameaçaram dizendo: “Todos nós, os quatrocentos profetas, a uma só voz, falamos coisas boas para o rei; portanto, seja a tua palavra como a nossa, fale o bem”. Mas Micaias, sem hesitar, foi sincero e verdadeiro ao responder-lhes: “Vive o Senhor, que o que o Senhor me disser, isso falarei”. E, assim como disse, ele o fez (cf. 1 Reis 22:12-14). Falou para Acabe de que ele perderia a batalha e o povo de Israel ficaria disperso sem “pastor” (ficaria sem rei).

Quando Micaias acabou de falar, ele foi ferido no queixo por Zedequias, com um instrumento de ferro que tinha feito. E Acabe mandou jogá-lo no cárcere, devendo ser alimentado com pão de angústia e água de amargura, até que ele voltasse em paz da batalha. Mas o profeta Micaías não se intimidou e foi ousado ao dizer para o rei: “(…): Se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim” (cf. versos 24-28).

 

 

  1. Como Identificar um Falso Profeta? 

O verdadeiro profeta é aquela pessoa (homem/mulher) que fala a verdade em nome do Senhor. Em recebendo a revelação da parte de Deus, seja uma boa ou má notícia, ele não se intimida e a entrega.  Enquanto que o falso profeta, finge falar a verdade em nome do Senhor. Jesus nos alertou acerca deste tipo de pessoas, dizendo: “E Jesus, respondendo-lhes, disse (…): Olhai que ninguém vos engane; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (cf. Marcos 13:5-6). Existem várias formas de se identificar um falso profeta, mas iremos apresentar apenas três delas:

 

     3.1. Quando suas profecias não se cumprem: o que eles profetizam para você, acaba não vindo a se cumprir.

Deuteronômio 18:18-22. Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele. Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele (sublinhamos).

 

Tem muitas pessoas da sociedade atual, que acabam usando o título de pastor, padre, profeta, bispo, evangelista, missionário, dentre outros, mas não possuem o perfil ou não foram consagrados para o exercício de cargos ou funções eclesiásticas. Com isso, acabam trazendo uma péssima impressão e descrédito, para aqueles que ainda não se decidiram por seguirem a Cristo: “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis (falsos profetas); antes o seu entendimento e consciência estão contaminados (foram corrompidos). Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as suas obras (condutas e palavras), sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra” (cf. Tito 1:15-16).

 

     3.2 O seu modo de vida acaba negando as suas profecias: ele (a) se veste bem, conhece bem acerca das Escrituras Sagradas, fala de forma eloquente e pode até ser usado por Deus (em revelação e/ou mensagem), mas a sua conduta acaba testemunhando contra si mesmo. Em outras palavras, prega ou revela para as outras pessoas, aquilo que ele (a) mesmo não vive em seu cotidiano.

 

Mateus 7:15-20. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.

 

Tem muitos líderes de igrejas cristãs, que acabam atuando com rigor excessivo com os seus membros, principalmente acerca de suas vestimentas, cortes de cabelos, certos tipos de bijuterias e maquiagens, frequência em alguns ambientes sociais, entre outra coisas (não estou dizendo que não deva ter padrões e/ou limites), mas eles acabam se esquecendo de sua própria conduta ou de seus familiares. Tem uma passagem bíblica descrita pelo próprio Jesus Cristo, que diz assim: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de intemperança. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia (cf. Mateus 23:25-27)”.

Na verdade, muitas destas pessoas exercem uma “vida dupla”, pois atuam tão bem quando estão entre outros cristãos, passando a imagem de ser um verdadeiro “homem de Deus” (serva/mulher). Mas vivem de mera aparência, estando “limpos” exteriormente (bem vestidos etc.). Mas, quando estão noutro ambiente social e com pessoas que não professam a Cristo, exteriorizam comportamentos que estão em seu interior, que contradizem as condutas ordenadas pelo Mestre Jesus!

 

     3.3. Seus ensinos e instruções não condizem com a Palavra de Deus: os argumentos que ele (a) usa para contra-argumentar ou rebater uma outra fala, não condiz com o que está descrito na Bíblia Sagrada.

 

Gálatas 1:6-12. Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo (distorcer, diluir). Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema[3]. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema (colocado de fora). Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

 

Por isso, é de suma importância estarmos lendo, meditando e estudando diariamente a Palavra de Deus, pedindo a Ele que nos dê sabedoria e a interpretação correta de sua Sagrada Escritura. Em agindo assim, quando alguém vir a te apresentar alguma revelação ou mensagem, dizendo vir da parte de Deus, você deve fazer o juízo pautado na própria Bíblia Sagrada. Atitude adotada por um povo do passado, os moradores da cidade de Bereia (na Macedônia), pois, enquanto Paulo falava sobre a doutrina de Cristo, estando dentro da sinagoga dos judeus, eles examinavam atentamente na Escritura, para confirmar se era verdadeira (cf. Atos 17:10-12).

 

  1. A Classe Religiosa e Política Brasileira Atual:

 

     4.1 – Lideranças Religiosas: Como pudemos ver nos tópicos anteriores, o número de pessoas corrompidas que faziam parte do povo escolhido por Deus, que se desviaram dos seus retos caminhos, era infinitamente maior do que aqueles que decidiram por se manter fiéis a sua Sã Doutrina. Quando analisamos os tempos atuais, não vemos muitas diferenças nas condutas das pessoas que foram escolhidas para exercerem lideranças eclesiásticas ou para representar grande parte da sociedade politicamente. Vamos começar a ver, como tem se portado a classe religiosa.

Segundo matéria jornalística feita no ano de 2020[4], com a participação do Centro Latino-Americano de Jornalismo Investigativo – Columbia Journalism Investigation (CJI), foram analisadas mais de 60 (sessenta) investigações envolvendo igrejas evangélicas e as suas lideranças, principalmente na Argentina, México, Chile, Colômbia e Brasil. Destas análises, foram identificados os possíveis crimes cometidos por seus líderes: lavagem de dinheiro, fraude, sonegação de impostos, evasão de divisas (envio de dinheiro para outro País, sem haver sido declarado), movimentações financeiras suspeitas, especialmente para compra de propriedades luxuosas e carros, entre outras coisas.

Na Argentina, foi aberta uma investigação contra a filial local, da Igreja Brasileira Universal do Reino de Deus (IURD), onde a Unidade de Informação Financeira local (UIF), identificou várias operações financeiras suspeitas, principalmente usadas para a compra de carros, imóveis e até de um avião. Segundo disse Marcus Owens, ex-diretor da Divisão de Organizações Isentas do Serviço de Impostos dos Estados Unidos, órgão responsável por supervisionar as igrejas: “Não é como investigar a lavagem de dinheiro por si só; explica: (quando você investiga igrejas) você está sugerindo um comportamento inapropriado de um grupo que muitas pessoas daquela sociedade admiram”.

No Brasil, dois líderes da Igreja Universal do Reino de Deus, foram investigados por lavagem de dinheiro e, no transcorrer das análises financeiras, tornaram-se réus na esfera federal. Mas, de acordo com matéria divulgada pela Agencia Pública e a Folha de São Paulo, houve muita morosidade jurídica, pois os trâmites processuais duraram 8 (oito) anos, quando houve a prescrição, isto é, o Estado perdeu o direito de punir o agente infrator, haja vista ter expirado o lapso temporal. Ainda em relação ao Brasil, o Ministério Madureira, um dos braços principais da comunidade evangélica do País, teve a Assembleia de Deus relacionada nas investigações, principalmente pela suspeita da lavagem de dinheiro. Nesta mesma investigação, também foi citado o Ministério do Brás, sendo que desde o ano de 2015, eles estão sendo investigados por lavagem de dinheiro e por subornarem um político, que já tinha sido condenado pela operação lava jato, inclusive com a pena de 15 anos de prisão, por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

No Vaticano, um pequeno País que fica situado dentro de Roma, ocorreu um dos maiores escândalos de corrupção recentemente, que abalou a estrutura da igreja católica romana[5]. O cardeal Giovanni Ângelo Becciu, uma das figuras de maior importância dentro do Vaticano, renunciou inesperadamente ao seu cargo e título, sendo anunciado pela Santa Sé na quinta-feira (24/09/20). No entanto, seu processo de “fritura” começou depois que foi revelado, que ele esteva envolvido na compra de um prédio muito luxuoso em Londres. Desde então, essa transação tem sido objeto de uma investigação financeira. Segundo a matéria jornalística, ele foi pressionado pelo Papa Francisco a renunciar, pelas denúncias de corrupção que pesavam contra ele.

 

     4.2 – Lideranças Políticas: pelo que já foi exposto até agora, podemos imaginar ou ter a compreensão de que a corrupção tem invadido todos os setores de nossa sociedade. Fazendo o uso de outras palavras, podemos pegar emprestado aquelas escritas pelo Salmista Davi, que diz assim: “Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer. Será que os malfeitores não aprendem? Eles devoram o meu povo, como quem come pão, e não clamam a Deus!” (cf. Salmo 53:3-4).

 

4.2.1 – Senado Federal: No ano de 2017, dos nossos 81 Senadores, pelo menos 42 deles estavam sendo investigados (podendo tornar-se em processo), principalmente pela suspeita dos crimes de: corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de verbas públicas, crimes eleitorais, entre outros. Destas investigações, foram totalizados 107 inquéritos (investigações) e 15 ações penais (Processos). Vale ressaltar, que dentre elas, houve caso de condenação de senador, mas, devido aos recursos impetrados, ele continua exercendo o seu mandato normalmente. Este é o nosso Brasil Varonil! No ano de 2018, passaram a ser 44 senadores investigados, ou seja, mais da metade[6]. Enquanto que em 2020, esse número veio a diminuir, sendo que para cada três senadores, um deles estava sob a investigação da justiça. Em outras palavras, 27 senadores estavam sendo investigados e, a maioria deles, por suspeitas de corrupção, formação de quadrilha, calúnias, peculato (apropriar-se ou desviar bens que tem acesso, devido a seu cargo), etc.

 

4.2.2 – Câmara Federal: No ano de 2018, dos 513 Deputados Federais, 178 estavam sendo investigados. No ano de 2020, o número de parlamentares sob investigação, totalizava 106 deputados federais. Destas investigações, foram geradas 31 ações penais, isto é, trinta e um processos. Vale ressaltar que todos estes dados, foram elaborados ou fornecidos pela Base do Supremo Tribunal Federal (STF), juntamente com levantamentos do Tribunal Regional Eleitoral (TER) e os Tribunais de Justiça Estaduais (TJ).

 

4.2.3 – Estados da Federação: Infelizmente, com a notícia do surgimento do Coronavirus no território brasileiro e, dias depois, a confirmação dos primeiros óbitos oriundos desta doença, foi uma porta escancarada (boa oportunidade) para os “pseudopolíticos” meterem a mão em milhões e/ou bilhões de reais, para serem alocadas para suas contas bancárias particulares (usando os “laranjas”). É muito triste, pois em 19 Estados brasileiros e no Distrito Federal, o Ministério Público e a Polícia Federal identificaram fraudes feitas por seus Governadores. São eles: Roraima, Amapá, Amazonas, Acre, Rondônia, Pará, Manaus, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e o Distrito Federal[7]. Outros 7 Estados da federação, foram denunciados e estão sendo investigados. São eles: Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte e Espirito Santo.

 

  1. Como identificar um Político Corrupto? 

     Num primeiro momento, basta guardar ou registrar o que ele apresenta durante a sua candidatura e, caso venha a se eleger, acompanhar o transcorrer de seu mandato. Mas, estamos na era da ultramodernidade tecnológica e, principalmente para os mais jovens, a coisa fica muito mais fácil, haja vista que desde muito cedo, já começam a passar muitas horas com os modernos aparelhos celulares, smartphone ou tablet. Dentro deste contexto, existem algumas plataformas que ajudam a identificar estes “picaretas” que dizem estar nos representando. Mas que, na verdade, só estão interessados em se dar bem, principalmente em avolumar as suas contas bancárias e as suas posses materiais. Vamos conhecê-las:

 

5.1 – Detector de Corrupção: é um aplicativo de uma iniciativa do site Reclame Aqui e foi desenvolvido para desmascarar políticos envolvidos em processos de corrupção. Para usar o aplicativo, é necessário tirar uma foto do político que se quer investigar e após o envio, imediatamente aparecem os processos de corrupção ou improbidade administrativa que ele responde na Justiça. É possível fotografar em qualquer lugar com o aplicativo, seja por fotos da internet, ou em shoppings, ruas, revistas e jornais, e não é necessário fazer login. A entrada no aplicativo é totalmente livre. Onde baixar o aplicativo? O app está disponível para download nos sistemas Android e iOS.

5.2 – Monitora Brasil: o aplicativo disponibiliza ferramentas para que a população entenda o que os políticos estão fazendo. No site do aplicativo, existe uma página que mostra políticos do Brasil inteiro envolvidos no escândalo da Lava Jato, detalhando acusações e o perfil de cada um, além de também ter a opção de comparar político, conhecendo a situação de cada indivíduo. O app é gratuito e está disponível para Android e iOS.

5.3 – Vigie Aqui: o aplicativo é uma ferramenta de plugin para o navegador, que foi desenvolvida para destacar nomes de políticos de qualquer site ou lugar na internet. Com a extensão baixada, é possível passar o mouse em cima do nome e saber de todos os dados do político, além de pendências na justiça, se já esteve envolvido em escândalos, entre outros. Para baixar, basta acessar os link’s a seguir: https://chrome.google.com/webstore/detail/vigie-aqui-por-reclame-aq/fppgcbpmlfplbgmpcdlhjjniojgblded?hl=pt-BR.

5.4 – Site Corruptômetro: Os dados da plataforma são atualizados diariamente e são colocadas porcentagens indicando como está a situação. Por enquanto, pela falta de recursos, o monitoramento é feito somente no Estado de São Paulo. Para manter o site e ampliá-lo para todo o Brasil, os criadores dependem de doações. Com isso, a pessoa que doar pode dizer de que cidade está ajudando a custear, auxiliando no crescimento do site e aumentando a gama de cidades para atender. Para acessar: http://corruptometro.org/.

5.5 – Site Extrato Público: o site é semelhante ao Corruptômetro. O projeto nasceu a partir da iniciativa de pessoas motivadas a ampliar a transparência de dados públicos de vereadores. “Ele visa facilitar o acesso e o monitoramento dos gastos através de gráficos análises e informação a respeito da máquina pública”. A plataforma monitora desde os gastos simples, como compras de materiais de escritório ou combustível, a gastos maiores, como carros, especificando os gastos de cada vereador. Para acessar: http://www.extratopublico.com.br/

Não podemos ser ingênuos, pois esta é a sociedade atual da qual fazemos parte: “Somos homens de lábios impuros e vivemos no meio de um povo de impuros lábios” (cf. Isaías 6:5). Onde testemunhamos todos os dias, estas condutas e tantas outras imoralidades, sendo praticadas por diversas e variadas autoridades públicas, políticas e religiosas. Gostaríamos de concluir este artigo, dizendo que: “Toda a lei é boa, se alguém dela faz uso legitimamente” (cf. 1 Timóteo 1:8).

E que, independentemente dos cargos e posições que ocupemos ou de qual classe social fazemos parte, iremos ser julgados pelas condutas que praticarmos aqui nesta terra: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (cf. 2 Coríntios 5:10). E este julgamento será realizado pelo Justo e Fiel Juiz, que não olha para a aparência e beleza física do ser humano (o exterior), mas que examina e esquadrinha o que está em seus corações (cf. 1 Samuel 16:7; Salmos 26:2; 139:23). Que Ele possa ter misericórdia de nós!!!

 

 

[1] Semita. A formação deste povo, teve origem de Sem um dos três filhos de Noé (cf. Gênesis 5:32).

[2] Baalim. Esta palavra é o plural do termo Baal.

[3] Anátema. Do idioma grego “Anáthema”, palavra formada da preposição “Aná” que significa – De Lado, enquanto que “Tithemi” que significa – Colocar. Logo, a tradução seria: que seja colocado de lado.

[4] Fonte: Https://apublica.org – Líderes Religiosos são investigados.

[5] Fonte. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54294310 (matéria 26/09/2020).

[6] Fonte: congressoemfoco.uol.com.br – Jornalistas: João Frey, Leila Calixto, Lúcio …

[7] https://veja.abril.com.br/brasil/seis-governadores-sao-investigados-pela-pf-por-fraudes-na-pandemia/

Eduardo Veronese
Bacharel em Direito – FABAVI/ES; . Pós-graduado em Direito Militar - UCB/RJ; . Capitão Reserva Remunerada da PMES (Ingresso RR 2013); . Professor e Palestrante dos Temas: Violência e Uso Abusivo de Drogas (lícitas ou Ilícitas).
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