Mercados reagem com alívio temporário, mas incerteza sobre tarifas e guerra ainda assombra investidores
A ameaça de tarifas recíprocas feita por Donald Trump esfriou – pelo menos por enquanto. Os mercados respiraram aliviados, reagindo positivamente à postergação da medida para abril. No Brasil, o tom ainda é de cautela. A economia já dá sinais de desaceleração, e investidores seguem atentos ao desenrolar das negociações entre Washington e seus parceiros comerciais. Enquanto isso, Lula e Haddad tentam recuperar a popularidade com promessas de isenção do Imposto de Renda, mas a recepção do mercado e da população continua morna.
A dança das tarifas e seus reflexos no Brasil
A possibilidade de tarifas retaliatórias deixou o Brasil em alerta. O país, conhecido por um dos regimes tributários mais elevados do mundo, é um dos mais expostos às possíveis retaliações dos EUA. Para piorar, dados recentes indicam que o varejo brasileiro já sofre os efeitos de um desaquecimento econômico. As vendas recuaram 1,1% em dezembro, contrariando as expectativas.
O Ibovespa, por outro lado, seguiu o tom positivo do mercado global e fechou em alta de 0,4%, impulsionado pela postergação da decisão de Trump. Destaque para a recuperação da Braskem (+5,4%), enquanto frigoríficos como BRF (-3,8%) e JBS (-2,0%) sofreram com preocupações sobre o setor.
EUA: Entre inflação e protecionismo
Nos Estados Unidos, o dólar subiu inicialmente com a expectativa de novas tarifas e a leitura de uma inflação ainda resistente. O índice de preços ao produtor (PPI) registrou alta de 0,4% em janeiro, reforçando a tese de que cortes nos juros podem demorar mais do que o esperado. No entanto, o alívio veio após Trump optar por postergar a implementação das tarifas, sinalizando espaço para negociações.
A expectativa agora se volta para a conferência de segurança em Munique, onde um possível cessar-fogo na Ucrânia pode mudar o cenário geopolítico e impactar diretamente os mercados.
Europa e Ásia: Entre esperança e volatilidade
Na Europa, a leve alta do euro reflete a esperança de um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia. Mas o otimismo é moderado, pois líderes europeus não receberam bem a notícia de possíveis tarifas norte-americanas. Já na China, os mercados reagiram positivamente ao fato de que as novas barreiras comerciais não foram aplicadas de imediato.
O jogo das tarifas continua, e abril será um mês decisivo. Até lá, investidores precisarão lidar com uma economia global que oscila entre otimismo e incerteza.
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