O muro de Berlim foi construído, em 1961, durante a calada da noite. Erguido inicialmente com arame farpado, rapidamente ganhou concreto, minas terrestres e torres de vigia. A cidade ficou dividida geograficamente por quase 30 anos e o muro, que separou famílias ao tentar dividir ideologias, tornou-se um dos maiores símbolos da Guerra Fria. Sua queda, em 1989, abriria espaço para o fim da bipolarização política entre Estados Unidos e URSS, socialismo e capitalismo e o caminho para o reencontro de pessoas que passaram anos sem se ver. Para marcar o aniversário da queda do muro, a cidade de Berlim será dividida novamente – mas, desta vez, não será com arames farpados ou blocos de concretos. Uma enorme linha formada por “balões de luz” contornará o caminho que, em 1961, deu espaço ao muro.
A ideia da instalação, chamada de Lichtgrenze (“Fronteira de Luz”) , veio do artista Christopher Bauder e do cineasta Marc Bauder. Com cerca de 16 quilômetros de extensão, será formada por 8 mil balões brilhantes, marcando o caminho original do muro pela cidade. A instalação foi inaugurada nesta sexta-feira, 7 de novembro, às 17h (horário local). Por dois dias, a capital da Alemanha ficará de novo dividida entre Leste (Ocidental) e Oeste (Oriental). Em seis trechos estratégicos, exibirá imagens mostrando como foi a vida no local enquanto o muro estava erguido. Além disso, a cada 150 metros, os visitantes encontrarão anedotas, memórias de pessoas e histórias – um total de 100 – de pessoas que viveram separadas pelo muro ou foram afetadas por sua construção.