Lojas saqueadas, aulas suspensas, ônibus fora de circulação e funcionários dispensados mais cedo. A crise da segurança pública no Espírito Santo fez disparar o índice de homicídios e amedrontou a população.
Da zero hora de sábado (4) até a noite dessa segunda-feira (6), 62 pessoas foram assassinadas. Em média, mais de 20 homicídios por dia.
O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo divulgou os números. A Secretaria de Segurança não confirmou nem desmentiu a informação.
A comerciante Christini dos Santos mora em Vitória e contou como foi o primeiro dia útil sem a Polícia Militar (PM) nas ruas.
Desde sexta-feira (3) familiares de policiais militares dificultam a saída de viaturas dos quartéis. Os manifestantes reivindicam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno para os policiais militares.
Todos os policiais que trabalham na área administrativa foram deslocados para as ruas. O governo do Espírito Santo apelou ao governo federal para pedir o envio da Força Nacional de Segurança e de tropas militares.
Os primeiros 200 agentes da Força Nacional chegaram ao estado na noite dessa segunda-feira (6).
O secretário de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que todos os esforços são para restabelecer a normalidade.
Até o fim da semana, os policiais civis que vão decidir se também deflagram um movimento grevista. De acordo com o presidente do sindicato da categoria, Jorge Emílio Leal, a presença da Força Nacional e dos militares pode amenizar o problema, mas não é a solução ideal.
Nessa segunda-feira, deputados federais do Espírito Santo se reuniram com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em Brasília. Os parlamentares pediram mais mil homens da Força Nacional e a reabertura do diálogo entre o governo do estado e os policiais, em busca de um acordo.