O mercado financeiro começa a semana com foco na divulgação do Relatório Focus e das estatísticas fiscais e do mercado aberto. Na Europa, o PIB do Reino Unido e os dados de vendas de varejo e inflação (CPI) da Alemanha chamam a atenção. Na Ásia, indicadores como a taxa de desemprego e o PMI industrial do Japão também estão no radar.
Contudo, o grande destaque da semana será o Payroll dos Estados Unidos, que será divulgado na sexta-feira (4). Esse dado é crucial, pois fornece uma visão clara sobre o mercado de trabalho norte-americano e pode influenciar diretamente as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve.
Mercado internacional e projeções da Selic
Na manhã desta segunda-feira, os futuros de Wall Street operam em queda, enquanto as bolsas internacionais estão mistas. No cenário local, o mercado financeiro está ajustando suas expectativas para 2024. Projeta-se que a taxa Selic terminará o ano em um patamar mais elevado do que o esperado inicialmente, e com a inflação próxima ao teto da meta de 4,5%. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi ajustada de 10,50% para 10,75%.
Esse cenário reflete diretamente nos títulos públicos. O Tesouro IPCA+ 2035, por exemplo, viu seu cupom subir de 5,34% em janeiro para 6,38% atualmente, tendo atingido um pico de 6,58% em julho. Por outro lado, o Tesouro Selic, que apresenta um prêmio adicional muito baixo (não superior a 0,20%), não sofreu oscilações tão expressivas.
Onde investir: Tesouro IPCA+ ou Tesouro Selic?
Para aqueles que se perguntam qual a melhor opção para alocar seu dinheiro, Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital, destaca a importância de considerar o horizonte de investimento e a tolerância ao risco. Investimentos em Tesouro IPCA+ são mais indicados para quem busca proteção contra a inflação no longo prazo, mas aceitam maiores oscilações nos preços dos títulos. Já o Tesouro Selic é uma opção mais conservadora, ideal para quem deseja menor volatilidade e maior liquidez.
Em resumo, o mercado inicia a semana de olho em diversos indicadores econômicos globais, mas o foco se mantém nas expectativas para a inflação e os juros, tanto no Brasil quanto no exterior.