Relatório do CPI de agosto deve ajustar apostas para corte de juros na próxima reunião do Federal Reserve, enquanto o Ibovespa segue pressionado por queda no preço do petróleo.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA, que será divulgado hoje, promete ser decisivo para as expectativas do mercado sobre o futuro da política monetária americana. O dado de inflação ao consumidor de agosto é especialmente relevante, uma vez que será o último indicador de peso antes da reunião do Federal Reserve (Fed) em 18 de setembro. O mercado aguarda com atenção, buscando sinais que possam sugerir um corte de juros, algo que depende diretamente da percepção do Fed sobre a evolução da desinflação.
O BTG Pactual prevê um resultado positivo para o CPI, com alta de 0,14%, abaixo do consenso de 0,20%. Se esse cenário se concretizar, a confiança dos membros do Fed na moderação da inflação pode se solidificar. No que tange ao núcleo da inflação, a expectativa é de aumento de 0,22%, também levemente acima da projeção de mercado, mas ainda dentro de uma trajetória considerada benigna.
Essa leitura otimista reforça a tese de que o banco central norte-americano pode optar por um corte de 0,25 p.p. na próxima semana. Cerca de 69% do mercado já aposta nessa redução moderada, enquanto 31% ainda mantém a expectativa de um corte mais agressivo de 0,50 p.p.
No Brasil, a divulgação do IPCA de agosto, que ficou abaixo das expectativas, não foi suficiente para impedir a queda do Ibovespa, que recuou 0,3% na sessão de ontem, encerrando em 134.320 pontos. A desvalorização foi influenciada por quedas em empresas ligadas às commodities, como Petrobras, pressionadas pela queda nos preços do petróleo.
Globalmente, os mercados estão em estado de espera, com os investidores monitorando a reunião do Banco Central Europeu e a divulgação de dados econômicos importantes na China e nos EUA. O resultado do CPI de hoje pode ser o catalisador para um ajuste significativo nas apostas de política monetária.
