Ibovespa em queda, juros futuros em alta e mercados globais em busca de estabilidade, enquanto o cenário internacional e doméstico se desenham com expectativas de tarifas e dados econômicos importantes.
O Ibovespa encerrou a semana passada em queda de 1,2% em reais e 0,2% em dólares, atingindo 124.619 pontos. Entre os destaques positivos, a Embraer (EMBR3) se destacou com uma alta de 4,4%, impulsionada pelo anúncio de um contrato de compra pela FlexJet avaliado em US$ 7 bilhões. Em contrapartida, a Azul (AZUL4) teve uma forte queda de 17,8%, em meio a notícias sobre dificuldades no processo de fusão com a Gol e a divulgação de um aumento de capital de até R$ 6,1 bilhões.
No segmento de Renda Fixa, os juros futuros mostraram um movimento de abertura na curva, com destaque para o aumento da inclinação. A diferença entre os contratos de 2035 e 2026 passou de -33,40 bps para -29,00 bps, sinalizando um ganho na inclinação da curva. As taxas de juros reais se mantiveram estáveis, com as NTN-Bs de 2030 consolidadas em torno de 7,7% ao ano. No curto prazo, o DI jan/26 subiu para 15,02% (+11,2 bps), refletindo uma tendência de aumento nas taxas.
No cenário internacional, os mercados iniciam a semana com otimismo. Os futuros nos Estados Unidos estão em alta (S&P 500: +0,4%, Nasdaq 100: +0,6%), com grande foco nos resultados de empresas e nos dados de inflação. O McDonald’s, por exemplo, divulgará seu balanço do 4º trimestre. Em termos de política, o mercado segue atento ao impacto das tarifas que o presidente Donald Trump anunciou sobre o aço e o alumínio, podendo causar novas reações nos mercados globais.
Na Europa, as bolsas também operam em alta (Stoxx 600: +0,3%), com ganhos disseminados entre os setores. Já na China, as bolsas fecharam em território positivo (CSI 300: +0,2%, HSI: +1,8%), impulsionadas por declarações do governo americano sobre possíveis revisões nas tarifas, caso haja progresso no controle do fentanil, além de boas notícias para empresas locais.
No IFIX, o índice apresentou uma queda de 0,44%, com os FIIs de papel apresentando um desempenho negativo de -0,38% e os FIIs de tijolo caindo 0,30%.
Economia: O presidente dos EUA, Donald Trump, seguiu com seu plano de tarifas de 25% sobre aço e alumínio, com tarifas recíprocas previstas para entrar em vigor na terça-feira ou quarta-feira, aumentando as incertezas globais. Nos EUA, o relatório do mercado de trabalho indicou a criação de 143 mil vagas em janeiro, abaixo das expectativas, mas com a taxa de desemprego caindo de 4,1% para 4%, o que ainda reflete um cenário de pleno emprego.
Na China, os preços ao consumidor subiram 0,7% de dezembro para janeiro, com uma aceleração em relação à estabilidade do mês anterior. A inflação acumulada foi de 0,5%, mantendo um cenário controlado, mas longe das expectativas mais altas.
No Brasil, a Casa Civil desmentiu rumores sobre aumento do valor do Bolsa Família, uma questão que não está na pauta do governo, conforme afirmou o ministro Wellington Dias. Na agenda doméstica, os investidores aguardam dados importantes, como o IPCA de janeiro, que será divulgado nesta terça-feira, além da Pesquisa Mensal de Serviços e a Pesquisa Mensal de Comércio, que fornecerão novas perspectivas sobre a desaceleração econômica.
Em termos internacionais, a atenção se volta para a divulgação dos dados de inflação nos EUA e a revisão do PIB do 4º trimestre de 2024 na Europa, que podem oferecer mais clareza sobre a desaceleração econômica global.
