Cautela domina o Mercado Brasileiro após Super Quarta, enquanto exterior segue otimista com corte de juros do Fed

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Na quinta-feira (19), o Ibovespa fechou em queda de 0,5%, aos 133.123 pontos, destoando do desempenho positivo dos mercados globais. Nos EUA, o S&P 500 subiu 1,7%, e o Nasdaq avançou 2,6%, refletindo o corte de 50 p.p. nos juros americanos, sinalizando o início de um ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve. Em contraste, o Copom elevou a Selic em 0,25 p.p., desencadeando uma postura mais cautelosa dos investidores locais.

Entre os destaques do pregão, as empresas de alimentos Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) registraram fortes altas de 4,3% e 4,2%, respectivamente, após uma recuperação das quedas do dia anterior, com fundamentos sólidos impulsionando o desempenho da BRF. No entanto, a Brava Energia (BRAV3) liderou as perdas, caindo 9,4%, após anunciar que a produção no campo de Papa Terra só deve retornar em dezembro, frustrando expectativas do mercado.

No mercado de renda fixa, as taxas de juros futuros fecharam em alta ao longo de toda a curva. O DI jan/25 subiu para 10,98%, enquanto o DI jan/29 fechou em 12,08%. O comunicado do Copom foi interpretado como restritivo, elevando a percepção de risco nos ativos locais. Enquanto isso, nos EUA, os investidores aumentaram a exposição a ativos de risco, com o rendimento dos Treasuries de dois anos caindo para 3,59% e o de dez anos subindo para 3,73%.

Cenário global misto, com bolsas em queda e petróleo seguindo para alta semanal

No cenário internacional, os futuros das bolsas americanas abriram em queda nesta sexta-feira (20), refletindo a cautela dos investidores sobre a trajetória dos juros globais. Na Europa, as bolsas também operam em baixa, com o Stoxx 600 caindo 0,7%. Em contraste, na Ásia, as bolsas chinesas fecharam em alta, apesar da decisão do Banco Popular da China de manter as taxas de juros inalteradas, surpreendendo o mercado. A bolsa do Japão também registrou alta, com o Nikkei 225 subindo 1,5%.

O minério de ferro recuou em Singapura, enquanto o cobre manteve ganhos em Londres. O petróleo, apesar de leve baixa, ainda caminha para seu maior avanço semanal desde fevereiro, sustentado pelo otimismo de que o Fed pode evitar um pouso forçado da economia dos EUA, em meio à crescente tensão no Oriente Médio.

Essas dinâmicas evidenciam a divergência de expectativas entre os mercados globais e o Brasil, com investidores internacionais respondendo de maneira mais otimista ao afrouxamento monetário, enquanto o aperto local mantém a cautela sobre a recuperação econômica e os ativos domésticos.

Marinho Santoshttps://linktr.ee/marinhobusiness
Jornalista, financista e Private Broker com experiência em transações estruturadas para investidores. Conecte-se comigo no Instagram: @marinhobusiness
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